Escola Castelo Branco - 2016
SUGESTÃO DE LEITURA - março de 2016
Manuelzão e Miguilim é composto
por duas novelas “Campo Geral” e “Uma
estória de Amor”, um narrada por Miguilim, um menino que
mora com sua família na mata do Mutum em Minas Gerais, e outra
narrada por Manuelzão, um vaqueiro que administra uma fazenda e nela
constrói uma capela a pedido de sua falecida mãe. As duas histórias
se completam mostrando a infância e a velhice dos personagens,
girando sempre em torno de suas descobertas e recordações.
O texto é escrito em terceira pessoa, a partir das
vivências do universo infantil de Miguilim, e do universo maduro e
vivido de Manuelzão, um homem de mais de sessenta anos, revelando
suas alegrias e tristezas, suas reflexões, sua visão de mundo. As
duas histórias acabam se complementando, como um começo e um fim de
vida.
Campo Geral
É uma narrativa lírica que recria o mundo a partir
da visão de uma criança. A infância é seu assunto principal,
mostrada por Guimarães
Rosa com emoção e sensibilidade. A novela ficou conhecida pelo
nome de MIGUILIM, por ser uma espécie de biografia do mesmo, narrada
somente sob seu ângulo de visão, porém aos moldes de um narrador
onisciente.
Miguilim é uma criança inteligente e sensível e é
sob a visão observadora deste menino que as personagens vão sendo
apresentadas no texto, são elas: a mãe, os irmãos, o padrasto, o
tio Terêz, a avó ranzinza, o pai que se suicidara, entre outros.
O tempo da narrativa é predominantemente
psicológico, sem preocupação com as datas, e portanto, dando maior
ênfase ao espaço e às pessoas (personagens). Tem como temas o
amor, a fé, a amizade, a violência e como já dito, a infância.
Com a morte do irmão e companheiro de brincadeiras, Dito, Miguilim é
forçado a amadurecer, tornar-se independente.
Os demais acontecimentos da história giram todos em
torno de sua convivência com outros personagens, como família e
amigos, e de suas observações a respeito do mundo e das pessoas que
o rodeiam.
Uma Estória de Amor
Mais conhecida como Manuelzão, a novela “Uma
estória de amor” fala, de uma maneira igualmente lírica, da outra
extremidade da vida, a velhice, reconstituindo a vida do vaqueiro
Manuelzão, e relatando a consagração da capela que ele constrói
na fazenda que administra.
A narrativa se desenvolve na véspera de uma boiada,
relembrando sua vida e misturando suas recordações com os fatos do
presente. A história se passa na fazenda Samara, entre o Rio e a
Serra dos Gerais, contanto a respeito de uma festa que reuniu o povo
e um padre para fazer a consagração da capela que havia sido
construída na fazenda.
O discurso é indireto livre e o narrador fala pela
boca de Manuelzão, mostrando sua visão pessoal a respeito dos
acontecimentos. Tudo gira em torno desta personagem, que fala a
respeito daquilo que teve maior significado durante sua vida: sua
mãe, que havida pedido para ele construir a capela, seus cavalo, sua
fazenda e sua vida selvagem no sertão.
Durante os preparativos da boiada, ele vai
reconstituindo os fatos de sua vida, e a respeito deles fazendo suas
reflexões.
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